
Viajar para fora do país é uma experiência transformadora. Conhecer novos lugares, culturas e sabores amplia horizontes e cria memórias para a vida toda. Mas para que tudo corra bem, é essencial cuidar de um detalhe que muitos deixam para a última hora: como levar dinheiro para usar no exterior de forma prática, segura e econômica.
Essa decisão pode impactar diretamente seu orçamento de viagem, seu nível de segurança e até sua liberdade de movimentação no destino escolhido. Afinal, ninguém quer ficar contando moedas ou tendo o cartão recusado justo durante um passeio inesquecível, não é?
Existem várias opções disponíveis — levar tudo em espécie, usar o cartão de crédito internacional, apostar em cartões pré-pagos ou recorrer às contas digitais com cartão de débito internacional. Cada uma tem vantagens e desvantagens que precisam ser analisadas com atenção antes do embarque.
Neste post, vamos te ajudar a entender essas alternativas, comparar custos e benefícios, e descobrir o que faz mais sentido para o seu estilo de viagem. E, para tornar tudo ainda mais prático, vamos compartilhar uma experiência pessoal com a conta digital e o cartão da Wise, uma das soluções mais populares atualmente entre viajantes que buscam economia, praticidade e controle.
Se você quer evitar surpresas, aproveitar melhor cada centavo e viajar com mais tranquilidade, continue lendo — esse guia é pra você.
Você já reservou as passagens, definiu o roteiro e está contando os dias para o embarque. Mas... já parou para pensar em como vai pagar por tudo isso quando estiver fora do país? Essa decisão, muitas vezes subestimada, é fundamental para que sua viagem seja realmente tranquila — e financeiramente inteligente.
Organizar como você vai levar e usar seu dinheiro no exterior não é apenas uma questão de preferência. Essa escolha interfere diretamente:
No quanto você vai gastar no final da viagem;
No seu nível de segurança pessoal ao circular por diferentes locais;
E até na liberdade de aproveitar a viagem sem preocupações com limites, bloqueios ou taxas abusivas.
Um ponto que muita gente descobre tarde demais: quando compramos moeda estrangeira em casas de câmbio, o valor aplicado é o câmbio turismo — e ele costuma ser bem mais caro que o câmbio comercial (aquele usado nas transações entre bancos e empresas).
Essa diferença pode parecer pequena, mas em uma conversão de mil dólares, por exemplo, a diferença de alguns centavos por dólar vira centenas de reais a mais. E essa perda silenciosa se acumula ao longo da viagem.
Carregar todo o dinheiro em espécie pode parecer prático, mas é extremamente arriscado. Se você for roubado ou perder a carteira, o prejuízo é imediato e irreversível. Por outro lado, confiar apenas em cartões internacionais (especialmente os de crédito) também traz riscos: nem todo lugar aceita esse tipo de pagamento, e ainda há o risco de bloqueio por segurança, taxas altas e IOF elevado.
A melhor estratégia? Equilibrar diferentes formas de levar o dinheiro. Ter um pouco em espécie para situações imediatas, usar um cartão de débito internacional com câmbio mais justo e manter uma reserva em um cartão de crédito para emergências pode ser o caminho mais seguro e inteligente.
Na hora de viajar para o exterior, não existe uma única forma ideal de levar dinheiro — tudo depende do destino, da duração da viagem, do seu perfil e do que você pretende fazer por lá. A seguir, vamos analisar as principais opções disponíveis para quem está indo para fora do Brasil, destacando suas vantagens e desvantagens para que você possa tomar a melhor decisão.
Levar uma quantia em dinheiro vivo é quase sempre necessário, principalmente para situações do dia a dia. Mas essa opção exige alguns cuidados.
Vantagens:
Aceito em todos os lugares: do táxi ao vendedor de rua, o dinheiro vivo não depende de tecnologia ou aprovação.
Ideal para pequenas compras: perfeito para pagar um lanche, dar gorjetas ou comprar lembrancinhas.
Útil em emergências: em casos de queda de energia, problemas com maquininhas ou áreas remotas, o papel moeda é indispensável.
Desvantagens:
Risco de perda ou roubo: se for extraviado ou furtado, não há como recuperar.
Sem rastreabilidade: você perde o controle sobre seus gastos e não consegue comprovar pagamentos.
Câmbio geralmente mais alto: ao comprar moeda estrangeira, o câmbio turismo é aplicado — e costuma ser mais caro do que outras opções.
Dica importante: nunca leve todo o dinheiro da viagem em espécie. O ideal é separar um valor para gastos diários e guardar em local seguro, como um cofre no hotel ou doleira.
Os cartões pré-pagos surgiram como uma alternativa intermediária entre levar dinheiro vivo e usar cartão de crédito internacional. São recarregáveis, funcionam como um "cartão de débito internacional" e têm se tornado populares entre viajantes que querem mais controle financeiro.
Vantagens:
Mais seguro que dinheiro vivo: em caso de perda ou roubo, você pode bloquear o cartão e até pedir uma segunda via em alguns casos, o que dá mais tranquilidade do que andar com grandes quantias em espécie.
Recarga antes da viagem: você define o valor em moeda estrangeira que quer carregar, o que ajuda a controlar o orçamento e evita surpresas com variação cambial durante a viagem.
Aceito em muitos estabelecimentos: principalmente em cidades turísticas e grandes redes, o cartão pré-pago costuma ser aceito em compras e saques.
Desvantagens:
Taxas de recarga e saques: cada operação pode ter um custo adicional, o que reduz o valor disponível para uso.
IOF de 6,38%: assim como o cartão de crédito internacional, o imposto sobre operações financeiras é alto, encarecendo cada transação.
Conversão imediata no ato da carga: se a cotação do dólar ou euro cair após a recarga, você não consegue aproveitar esse novo valor.
Vale a pena?
Pode ser uma boa opção para quem quer evitar surpresas na fatura e controlar melhor os gastos. Mas é importante comparar as taxas entre empresas emissoras e ler o contrato com atenção.
Para muitos viajantes, o cartão de crédito internacional é o primeiro item que vem à mente quando o assunto é praticidade no exterior. Ele é aceito em praticamente todo o mundo e dispensa preocupações com câmbio na hora da compra. No entanto, essa comodidade vem acompanhada de alguns custos importantes.
Vantagens:
Praticidade e aceitação ampla: ideal para reservas de hotéis, passagens, aluguel de carro, compras em lojas e restaurantes. É aceito em praticamente todos os estabelecimentos que operam com bandeiras internacionais como Visa, Mastercard ou American Express.
Programa de milhas e recompensas: muitos cartões oferecem acúmulo de milhas ou pontos a cada dólar gasto, que podem ser trocados por passagens aéreas, upgrades ou produtos — uma vantagem interessante para quem viaja com frequência.
Desvantagens:
IOF de 6,38%: toda compra internacional feita no cartão de crédito é acrescida desse imposto, que pode representar um custo significativo ao final da viagem.
Taxa de câmbio do dia do fechamento da fatura: a conversão para reais não acontece no momento da compra, e sim na data de fechamento da fatura. Isso pode gerar incerteza no valor real a ser pago, especialmente em períodos de oscilação cambial.
Risco de descontrole dos gastos: como o pagamento só ocorre depois da viagem, é comum que os viajantes gastem mais do que o planejado, o que pode comprometer o orçamento ao retornar.
Vale a pena?
O cartão de crédito internacional pode ser um ótimo aliado se usado com consciência e moderação. É recomendável reservar o uso para despesas maiores, imprevistos ou locais em que outras formas de pagamento não são aceitas.
Vantagens:
Possibilidade de ter saldos em diferentes moedas (dólar, euro, libra etc.)
Taxa de câmbio comercial (mais justa que a do cartão de crédito)
IOF de apenas 1,1%
Funciona com cartão físico e carteiras digitais como Apple Pay e Google Pay
Aplicativo com gestão em tempo real dos gastos
Desvantagens:
Precisa ser ativada com antecedência (cadastro e verificação podem demorar)
Nem todos os estabelecimentos aceitam cartão de débito internacional
Comentário pessoal:
Na minha última viagem a Londres, usei a conta e o cartão da Wise e recomendo muito. Funcionou em todos os lugares — inclusive no transporte público — e ainda pude usar no Apple Pay. Só deixo uma dica: abra a conta com bastante antecedência, porque o processo de aprovação pode levar alguns dias.
O cartão Travel Money funciona como um cartão de débito internacional que pode ser recarregado antes ou durante a viagem. Ele é vinculado a uma moeda estrangeira específica (como dólar, euro ou libra), o que permite maior controle sobre o orçamento e evita surpresas com a variação cambial no futuro.
Vantagens:
Recarga em reais antes da viagem
Você faz a conversão no momento da carga e sabe exatamente quanto terá disponível em moeda estrangeira.
Ajuda no controle dos gastos
Como não está ligado à sua conta bancária nem permite ultrapassar o saldo, você evita exageros e consegue se planejar melhor financeiramente.
Mais seguro que levar dinheiro em espécie
Em caso de perda ou roubo, o cartão pode ser bloqueado rapidamente e alguns emissores oferecem reposição emergencial no exterior.
Ampla aceitação
Pode ser utilizado em milhões de estabelecimentos e caixas eletrônicos no mundo todo, desde que aceitem a bandeira do cartão (como Visa ou Mastercard).
Desvantagens:
IOF de 6,38%
Mesmo sendo pré-pago, o Imposto sobre Operações Financeiras segue o mesmo valor aplicado em cartões de crédito internacionais, o que pode pesar no custo final.
Taxas diversas
É comum haver cobranças por emissão do cartão, recargas, saques em caixas eletrônicos e até por inatividade, dependendo do provedor.
Câmbio aplicado no momento da recarga
A cotação usada é a do dia em que você carrega o cartão, o que exige atenção para evitar prejuízos. Se o dólar estiver em alta, por exemplo, você não consegue aproveitar uma eventual queda depois.
A Western Union é uma das formas mais conhecidas de envio e recebimento de dinheiro em todo o mundo. Ela permite que você envie valores em reais no Brasil para serem sacados em moeda local no exterior — ou até envie dinheiro para si mesmo, em caso de imprevistos durante a viagem.
Vantagens:
Ideal para emergências
Caso você perca seus cartões, tenha algum problema bancário ou precise ajudar um familiar que está fora do país, a Western Union é uma das maneiras mais rápidas de fazer o dinheiro chegar.
Rede ampla de atendimento
Presente em mais de 200 países, com milhares de pontos de retirada em agências, casas de câmbio, supermercados e até lojas de conveniência.
Disponibilidade quase imediata
Em muitos casos, o valor enviado pode ser retirado em questão de minutos, o que é extremamente útil em situações urgentes.
Desvantagens:
Taxas elevadas
O serviço não é barato: tanto o envio quanto o saque podem incluir taxas consideráveis, além de uma cotação cambial menos vantajosa.
Burocracia na retirada
Quem vai sacar precisa apresentar documentos com foto e, em alguns países, pode haver exigência de dados extras ou limites para o valor.
Não recomendada para uso contínuo
Devido ao custo e à dinâmica do serviço, a Western Union não é uma alternativa prática para o uso diário. Serve melhor como plano B, para situações pontuais.
As contas digitais internacionais — também conhecidas como contas multimoedas — são uma das soluções mais modernas e práticas para quem costuma viajar para o exterior ou realizar transações em diferentes moedas. Plataformas como Wise, Nomad, C6 Global e outras oferecem esse serviço com funcionalidades que vão muito além do simples câmbio.
Vantagens:
Conta com IBAN ou número bancário estrangeiro
Algumas fintechs oferecem contas com dados bancários reais (como IBAN europeu ou número de conta americano), permitindo receber e enviar dinheiro como um residente local, o que é excelente para freelancers, nômades digitais ou quem recebe valores em moedas estrangeiras.
Transferências internacionais mais baratas e rápidas
Em vez de depender de bancos tradicionais, que cobram caro por remessas internacionais, você pode transferir dinheiro entre contas no Brasil e no exterior com taxas reduzidas e câmbio mais justo — normalmente mais próximo do câmbio comercial.
Controle total via app
Tudo é feito pelo aplicativo: conversão de moedas, transferências, bloqueio/desbloqueio do cartão e acompanhamento em tempo real dos gastos. Além disso, muitas plataformas oferecem notificações automáticas e relatórios de uso.
Economia nas conversões
Diferente do cartão de crédito tradicional, que aplica o câmbio do fechamento da fatura, você pode converter o valor no momento mais favorável, com transparência nas taxas e no spread.
Compatível com carteiras digitais
Algumas contas, como a Wise, funcionam com Apple Pay, Google Pay e Samsung Pay — ou seja, você nem precisa estar com o cartão físico em mãos.
Desvantagens:
Cartão físico pode demorar para chegar
Dependendo da fintech e do local onde você mora, o cartão pode demorar semanas para ser entregue. Por isso, é essencial fazer a solicitação com antecedência — como comentei na minha experiência com a Wise, vale a pena se programar.
Alguma curva de aprendizado
O uso dessas contas pode parecer técnico no início, principalmente para quem nunca lidou com carteiras digitais ou plataformas internacionais. No entanto, após a configuração inicial, o processo tende a ser bem intuitivo.
Possíveis taxas mensais ou limites de uso
Algumas contas digitais cobram taxa de manutenção se você não movimentar o saldo, ou impõem limites para saques e transferências gratuitas. É importante ler bem os termos antes de abrir a conta
Na última viagem que fiz (Londres), optei por usar a conta digital da Wise com cartão de débito internacional. Foi uma escolha muito acertada. O cartão funcionou em todos os lugares que visitei – de cafés a lojas grandes – e ainda consegui usá-lo em carteiras digitais como Apple Pay, o que ajudou bastante.
Outro ponto positivo foi a facilidade de conversão: precisei de mais dinheiro durante a viagem e consegui converter diretamente no aplicativo com taxas bem melhores do que em casas de câmbio.
A única observação importante: abra a conta com antecedência. O processo de verificação demorou um pouco, então vale se organizar com alguns dias de folga antes da viagem.
Divida seus recursos. Leve uma parte em espécie, outra no cartão e deixe uma reserva em conta para emergências.
Evite carregar tudo em um só lugar. Distribua o dinheiro e os cartões entre a mala, carteira e bolsos internos.
Atenção às taxas. Consulte antes os custos de saque, câmbio e IOF de cada opção.
Avise seu banco. Se for usar cartão de crédito ou débito do Brasil, avise o banco sobre sua viagem para evitar bloqueios
Planejamento é tudo — e com as ferramentas certas, sua experiência será muito mais tranquila.