Qual é a melhor maneira de levar dinheiro nas viagens internacionais?

Qual é a melhor maneira de levar dinheiro nas viagens internacionais?

Por piquenique      22/09/2025 18:14:56    

Viajar para fora do país é uma experiência transformadora. Conhecer novos lugares, culturas e sabores amplia horizontes e cria memórias para a vida toda. Mas para que tudo corra bem, é essencial cuidar de um detalhe que muitos deixam para a última hora: como levar dinheiro para usar no exterior de forma prática, segura e econômica.

Essa decisão pode impactar diretamente seu orçamento de viagem, seu nível de segurança e até sua liberdade de movimentação no destino escolhido. Afinal, ninguém quer ficar contando moedas ou tendo o cartão recusado justo durante um passeio inesquecível, não é?

Existem várias opções disponíveis — levar tudo em espécie, usar o cartão de crédito internacional, apostar em cartões pré-pagos ou recorrer às contas digitais com cartão de débito internacional. Cada uma tem vantagens e desvantagens que precisam ser analisadas com atenção antes do embarque.

Neste post, vamos te ajudar a entender essas alternativas, comparar custos e benefícios, e descobrir o que faz mais sentido para o seu estilo de viagem. E, para tornar tudo ainda mais prático, vamos compartilhar uma experiência pessoal com a conta digital e o cartão da Wise, uma das soluções mais populares atualmente entre viajantes que buscam economia, praticidade e controle.

Se você quer evitar surpresas, aproveitar melhor cada centavo e viajar com mais tranquilidade, continue lendo — esse guia é pra você.

Por que planejar como levar dinheiro é tão importante?

Você já reservou as passagens, definiu o roteiro e está contando os dias para o embarque. Mas... já parou para pensar em como vai pagar por tudo isso quando estiver fora do país? Essa decisão, muitas vezes subestimada, é fundamental para que sua viagem seja realmente tranquila — e financeiramente inteligente.

Organizar como você vai levar e usar seu dinheiro no exterior não é apenas uma questão de preferência. Essa escolha interfere diretamente:

  • No quanto você vai gastar no final da viagem;

  • No seu nível de segurança pessoal ao circular por diferentes locais;

  • E até na liberdade de aproveitar a viagem sem preocupações com limites, bloqueios ou taxas abusivas.

Diferença entre câmbio comercial e turismo

Um ponto que muita gente descobre tarde demais: quando compramos moeda estrangeira em casas de câmbio, o valor aplicado é o câmbio turismo — e ele costuma ser bem mais caro que o câmbio comercial (aquele usado nas transações entre bancos e empresas).

Essa diferença pode parecer pequena, mas em uma conversão de mil dólares, por exemplo, a diferença de alguns centavos por dólar vira centenas de reais a mais. E essa perda silenciosa se acumula ao longo da viagem.

Segurança e praticidade

Carregar todo o dinheiro em espécie pode parecer prático, mas é extremamente arriscado. Se você for roubado ou perder a carteira, o prejuízo é imediato e irreversível. Por outro lado, confiar apenas em cartões internacionais (especialmente os de crédito) também traz riscos: nem todo lugar aceita esse tipo de pagamento, e ainda há o risco de bloqueio por segurança, taxas altas e IOF elevado.

A melhor estratégia? Equilibrar diferentes formas de levar o dinheiro. Ter um pouco em espécie para situações imediatas, usar um cartão de débito internacional com câmbio mais justo e manter uma reserva em um cartão de crédito para emergências pode ser o caminho mais seguro e inteligente.

Opções disponíveis: Vantagens e desvantagens

Na hora de viajar para o exterior, não existe uma única forma ideal de levar dinheiro — tudo depende do destino, da duração da viagem, do seu perfil e do que você pretende fazer por lá. A seguir, vamos analisar as principais opções disponíveis para quem está indo para fora do Brasil, destacando suas vantagens e desvantagens para que você possa tomar a melhor decisão.

Dinheiro em espécie

Levar uma quantia em dinheiro vivo é quase sempre necessário, principalmente para situações do dia a dia. Mas essa opção exige alguns cuidados.

Vantagens:

  • Aceito em todos os lugares: do táxi ao vendedor de rua, o dinheiro vivo não depende de tecnologia ou aprovação.

  • Ideal para pequenas compras: perfeito para pagar um lanche, dar gorjetas ou comprar lembrancinhas.

  • Útil em emergências: em casos de queda de energia, problemas com maquininhas ou áreas remotas, o papel moeda é indispensável.

Desvantagens:

  • Risco de perda ou roubo: se for extraviado ou furtado, não há como recuperar.

  • Sem rastreabilidade: você perde o controle sobre seus gastos e não consegue comprovar pagamentos.

  • Câmbio geralmente mais alto: ao comprar moeda estrangeira, o câmbio turismo é aplicado — e costuma ser mais caro do que outras opções.

Dica importante: nunca leve todo o dinheiro da viagem em espécie. O ideal é separar um valor para gastos diários e guardar em local seguro, como um cofre no hotel ou doleira.

Cartões pré-pagos (como Visa Travel Money)

Os cartões pré-pagos surgiram como uma alternativa intermediária entre levar dinheiro vivo e usar cartão de crédito internacional. São recarregáveis, funcionam como um "cartão de débito internacional" e têm se tornado populares entre viajantes que querem mais controle financeiro.

Vantagens:

  • Mais seguro que dinheiro vivo: em caso de perda ou roubo, você pode bloquear o cartão e até pedir uma segunda via em alguns casos, o que dá mais tranquilidade do que andar com grandes quantias em espécie.

  • Recarga antes da viagem: você define o valor em moeda estrangeira que quer carregar, o que ajuda a controlar o orçamento e evita surpresas com variação cambial durante a viagem.

  • Aceito em muitos estabelecimentos: principalmente em cidades turísticas e grandes redes, o cartão pré-pago costuma ser aceito em compras e saques.

Desvantagens:

  • Taxas de recarga e saques: cada operação pode ter um custo adicional, o que reduz o valor disponível para uso.

  • IOF de 6,38%: assim como o cartão de crédito internacional, o imposto sobre operações financeiras é alto, encarecendo cada transação.

  • Conversão imediata no ato da carga: se a cotação do dólar ou euro cair após a recarga, você não consegue aproveitar esse novo valor.

Vale a pena?
Pode ser uma boa opção para quem quer evitar surpresas na fatura e controlar melhor os gastos. Mas é importante comparar as taxas entre empresas emissoras e ler o contrato com atenção.

Cartões de crédito internacionais

Para muitos viajantes, o cartão de crédito internacional é o primeiro item que vem à mente quando o assunto é praticidade no exterior. Ele é aceito em praticamente todo o mundo e dispensa preocupações com câmbio na hora da compra. No entanto, essa comodidade vem acompanhada de alguns custos importantes.

Vantagens:

  • Praticidade e aceitação ampla: ideal para reservas de hotéis, passagens, aluguel de carro, compras em lojas e restaurantes. É aceito em praticamente todos os estabelecimentos que operam com bandeiras internacionais como Visa, Mastercard ou American Express.

  • Programa de milhas e recompensas: muitos cartões oferecem acúmulo de milhas ou pontos a cada dólar gasto, que podem ser trocados por passagens aéreas, upgrades ou produtos — uma vantagem interessante para quem viaja com frequência.

Desvantagens:

  • IOF de 6,38%: toda compra internacional feita no cartão de crédito é acrescida desse imposto, que pode representar um custo significativo ao final da viagem.

  • Taxa de câmbio do dia do fechamento da fatura: a conversão para reais não acontece no momento da compra, e sim na data de fechamento da fatura. Isso pode gerar incerteza no valor real a ser pago, especialmente em períodos de oscilação cambial.

  • Risco de descontrole dos gastos: como o pagamento só ocorre depois da viagem, é comum que os viajantes gastem mais do que o planejado, o que pode comprometer o orçamento ao retornar.

Vale a pena?
O cartão de crédito internacional pode ser um ótimo aliado se usado com consciência e moderação. É recomendável reservar o uso para despesas maiores, imprevistos ou locais em que outras formas de pagamento não são aceitas.

Conta digital multimoeda (como a Wise)

Vantagens:

  • Possibilidade de ter saldos em diferentes moedas (dólar, euro, libra etc.)

  • Taxa de câmbio comercial (mais justa que a do cartão de crédito)

  • IOF de apenas 1,1%

  • Funciona com cartão físico e carteiras digitais como Apple Pay e Google Pay

  • Aplicativo com gestão em tempo real dos gastos

Desvantagens:

  • Precisa ser ativada com antecedência (cadastro e verificação podem demorar)

  • Nem todos os estabelecimentos aceitam cartão de débito internacional

Comentário pessoal:
Na minha última viagem a Londres, usei a conta e o cartão da Wise e recomendo muito. Funcionou em todos os lugares — inclusive no transporte público — e ainda pude usar no Apple Pay. Só deixo uma dica: abra a conta com bastante antecedência, porque o processo de aprovação pode levar alguns dias.

Cartão Travel Money (pré-pago internacional)

O cartão Travel Money funciona como um cartão de débito internacional que pode ser recarregado antes ou durante a viagem. Ele é vinculado a uma moeda estrangeira específica (como dólar, euro ou libra), o que permite maior controle sobre o orçamento e evita surpresas com a variação cambial no futuro.

Vantagens:

  • Recarga em reais antes da viagem
    Você faz a conversão no momento da carga e sabe exatamente quanto terá disponível em moeda estrangeira.

  • Ajuda no controle dos gastos
    Como não está ligado à sua conta bancária nem permite ultrapassar o saldo, você evita exageros e consegue se planejar melhor financeiramente.

  • Mais seguro que levar dinheiro em espécie
    Em caso de perda ou roubo, o cartão pode ser bloqueado rapidamente e alguns emissores oferecem reposição emergencial no exterior.

  • Ampla aceitação
    Pode ser utilizado em milhões de estabelecimentos e caixas eletrônicos no mundo todo, desde que aceitem a bandeira do cartão (como Visa ou Mastercard).

Desvantagens:

  • IOF de 6,38%
    Mesmo sendo pré-pago, o Imposto sobre Operações Financeiras segue o mesmo valor aplicado em cartões de crédito internacionais, o que pode pesar no custo final.

  • Taxas diversas
    É comum haver cobranças por emissão do cartão, recargas, saques em caixas eletrônicos e até por inatividade, dependendo do provedor.

  • Câmbio aplicado no momento da recarga
    A cotação usada é a do dia em que você carrega o cartão, o que exige atenção para evitar prejuízos. Se o dólar estiver em alta, por exemplo, você não consegue aproveitar uma eventual queda depois.

Envio e saque via Western Union

A Western Union é uma das formas mais conhecidas de envio e recebimento de dinheiro em todo o mundo. Ela permite que você envie valores em reais no Brasil para serem sacados em moeda local no exterior — ou até envie dinheiro para si mesmo, em caso de imprevistos durante a viagem.

Vantagens:

  • Ideal para emergências
    Caso você perca seus cartões, tenha algum problema bancário ou precise ajudar um familiar que está fora do país, a Western Union é uma das maneiras mais rápidas de fazer o dinheiro chegar.

  • Rede ampla de atendimento
    Presente em mais de 200 países, com milhares de pontos de retirada em agências, casas de câmbio, supermercados e até lojas de conveniência.

  • Disponibilidade quase imediata
    Em muitos casos, o valor enviado pode ser retirado em questão de minutos, o que é extremamente útil em situações urgentes.

Desvantagens:

  • Taxas elevadas
    O serviço não é barato: tanto o envio quanto o saque podem incluir taxas consideráveis, além de uma cotação cambial menos vantajosa.

  • Burocracia na retirada
    Quem vai sacar precisa apresentar documentos com foto e, em alguns países, pode haver exigência de dados extras ou limites para o valor.

  • Não recomendada para uso contínuo
    Devido ao custo e à dinâmica do serviço, a Western Union não é uma alternativa prática para o uso diário. Serve melhor como plano B, para situações pontuais.

Conta digital internacional

As contas digitais internacionais — também conhecidas como contas multimoedas — são uma das soluções mais modernas e práticas para quem costuma viajar para o exterior ou realizar transações em diferentes moedas. Plataformas como Wise, Nomad, C6 Global e outras oferecem esse serviço com funcionalidades que vão muito além do simples câmbio.

Vantagens:

  • Conta com IBAN ou número bancário estrangeiro
    Algumas fintechs oferecem contas com dados bancários reais (como IBAN europeu ou número de conta americano), permitindo receber e enviar dinheiro como um residente local, o que é excelente para freelancers, nômades digitais ou quem recebe valores em moedas estrangeiras.

  • Transferências internacionais mais baratas e rápidas
    Em vez de depender de bancos tradicionais, que cobram caro por remessas internacionais, você pode transferir dinheiro entre contas no Brasil e no exterior com taxas reduzidas e câmbio mais justo — normalmente mais próximo do câmbio comercial.

  • Controle total via app
    Tudo é feito pelo aplicativo: conversão de moedas, transferências, bloqueio/desbloqueio do cartão e acompanhamento em tempo real dos gastos. Além disso, muitas plataformas oferecem notificações automáticas e relatórios de uso.

  • Economia nas conversões
    Diferente do cartão de crédito tradicional, que aplica o câmbio do fechamento da fatura, você pode converter o valor no momento mais favorável, com transparência nas taxas e no spread.

  • Compatível com carteiras digitais
    Algumas contas, como a Wise, funcionam com Apple Pay, Google Pay e Samsung Pay — ou seja, você nem precisa estar com o cartão físico em mãos.

Desvantagens:

  • Cartão físico pode demorar para chegar
    Dependendo da fintech e do local onde você mora, o cartão pode demorar semanas para ser entregue. Por isso, é essencial fazer a solicitação com antecedência — como comentei na minha experiência com a Wise, vale a pena se programar.

  • Alguma curva de aprendizado
    O uso dessas contas pode parecer técnico no início, principalmente para quem nunca lidou com carteiras digitais ou plataformas internacionais. No entanto, após a configuração inicial, o processo tende a ser bem intuitivo.

  • Possíveis taxas mensais ou limites de uso
    Algumas contas digitais cobram taxa de manutenção se você não movimentar o saldo, ou impõem limites para saques e transferências gratuitas. É importante ler bem os termos antes de abrir a conta

Experiência com a Wise: Prós, contras e recomendação pessoal

Na última viagem que fiz (Londres), optei por usar a conta digital da Wise com cartão de débito internacional. Foi uma escolha muito acertada. O cartão funcionou em todos os lugares que visitei – de cafés a lojas grandes – e ainda consegui usá-lo em carteiras digitais como Apple Pay, o que ajudou bastante.

Outro ponto positivo foi a facilidade de conversão: precisei de mais dinheiro durante a viagem e consegui converter diretamente no aplicativo com taxas bem melhores do que em casas de câmbio.

A única observação importante: abra a conta com antecedência. O processo de verificação demorou um pouco, então vale se organizar com alguns dias de folga antes da viagem.

Dicas práticas para usar dinheiro no exterior com segurança

  • Divida seus recursos. Leve uma parte em espécie, outra no cartão e deixe uma reserva em conta para emergências.

  • Evite carregar tudo em um só lugar. Distribua o dinheiro e os cartões entre a mala, carteira e bolsos internos.

  • Atenção às taxas. Consulte antes os custos de saque, câmbio e IOF de cada opção.

  • Avise seu banco. Se for usar cartão de crédito ou débito do Brasil, avise o banco sobre sua viagem para evitar bloqueios

Qual é a melhor escolha para o seu perfil de viajante?

A melhor maneira de levar dinheiro depende do seu estilo de viagem. Para quem quer praticidade, controle de gastos e economia nas taxas, as contas digitais como a Wise são uma excelente alternativa. Combine isso com uma pequena quantia em espécie e você terá segurança, flexibilidade e menos dor de cabeça no exterior.

Planejamento é tudo — e com as ferramentas certas, sua experiência será muito mais tranquila.